sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Procópio, o Cervejeiro - Episódio 5 - Colorado Demoiselle


Pois bem, companheiros! Já passa das 18:00 de sexta-feira, portanto, está liberado o consumo indiscriminado (porém responsável) desse maravilhoso líquido alcoólico conhecido como birra na Itália; Bier na Alemanha; Ale no Reino Unido; Beer nos Estados Unidos; Cerveja no Brasil e BREJA nos melhores botecos desse país maravilhoso qual vivemos!
Eu sou Rafael Procópio e essa é mais uma dica de cerveja pra você!

Hoje, iremos de mais uma artesanal brasuca: Colorado Demoiselle 

Antes de vir escrever hoje, eu tive que curar minha já velha dúvida que nunca tinha sido superada por conta da preguiça. Hoje, fui atrás da diferenciação do estilo Porter para o estilo Stout, dois dos meus preferidos.

Sempre me foi confuso diferenciar as duas. Sempre me limitei a dizer qual e qual pelo simples avisar do rótulo. Afinal, são dois estilos que levam grãos torrados; tem um líquido tão escuro que quase absorve a luz; geralmente tem um teor alcoólico um pouco mais elevados; tem um sabor amargo mais acentuado; e tem notas de grãos ou essências, como café e/ou chocolate, bastantes presentes. 
Então... porque tem nomes diferentes?

Assim como no Rock, em que cada banda ou década tem um estilo diferente (ou pelo menos os fãs dizem que são diferentes) as cervejas são diferenciadas por regiões, períodos históricos ou simplesmente picuinhas, mesmo sendo as vezes, a mesma coisa.

A Porter foi originalmente concebida na Inglaterra, e obedecia aqueles critérios que eu citei anteriormente; já a Stout (originalmente Dry Stout) é a versão Irlandesa da Porter, e pra dizer que eles são Irlandeses e melhores bebedores, a Stout tem um teor alcoólico maior, e por isso eles acharam de bem dar um novo nome. Acontece o mesmo com o estilo Robust Porter, que seria uma "Stout" Estadunidense, ou seja: Uma Porter mais forte feita nos EUA. Inclusive, esse é o estilo da cerveja que provaremos hoje.


As cervejarias nacionais são muito inventivas na hora de dar nome aos seus produtos. Falando em invenção, creio que vocês saibam que "Demoiselle" foi o melhor modelo de avião que o nosso querido Santos Dumont criou, alguns anos após o seu tão famoso 14 bis. Na hora de pesquisar, fiquei tentando adivinhar o motivo da cerveja ter esse nome, e supus que seria pelas várias notas de café que a cerveja tem, e que o pai de Santos Dumont teve uma das maiores fazendas de café (se não a maior) ainda durante o Brasil Império. E qual foi a minha surpresa de ir ao site oficial da marca e ver que a minha suposição estava 100% certa? Me senti um gênio. AHSUAHSAU.


Em julho desse ano, fizemos aqui no blog uma matéria sobre a compra dessa cervejaria pela Ambev. Leia a Matéria na integra aqui. Aparentemente, as cervejas não sofrem alteração no seu gosto (tive a oportunidade de provar algumas) . Tudo leva a crer que a promessa da Ambev de apenas ajudar na distribuição somente e não alterar a composição dos produtos da Colorado está sendo cumprida. Até agora, pelo menos.


Menos papo, afinal é sexta! Vamos para as notas!



Nome: Colorado Demoiselle                                                                     
 Provada em : 23/12/13
Origem: Brasil - Ribeirão Preto - São Paulo
Grad. Alcóol: 6 % Vol - 600 ml
Preço de Mercado: Entre R$ 15,00 e R$ 18,00

Nota e Descrição:

Cerveja Preta Nacional (Porter). Concorre com a Baden Banden (stout) pela minha preferência. Espuma cor de cobre com gosto bem forte de café torrado. O líquido é levemente encorpado, mas nada de agudo. Tem também um gosto característico de café, com notas de chocolate, mas sem ser doce. Muito boa de verdade.



Nota: 9,5



Bem senhores, fica aqui a minha dica. Mas veja bem: Estamos falando do MEU tipo de cerveja preferido, mas tenha em mente que se trata de um tipo forte, diferente de tudo aquilo que temos fácil nos mercados e botecos da vida. Eu, particularmente adora, mas aquela velha máxima se faz presente aqui: Gosto é que nem c*. Cada um tem um.  (Uma vez recomendei uma Murphy's e a pessoa me disse que foi a pior cerveja que ela já bebeu na vida ¬¬)

Recomendo fortemente a prova dessa cerveja, mas esteja ciente que se trata de um tipo forte.

Até semana que vem, meus queridos!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Histórias sob um Balcão 01: Bar, Bantender e Jerry Thomas

Boa noite crianças, quinta-feira, dia morno, tão perto tão longe da sexta e do fim de semana que ela traz... Porém, quinta também é a  data de estreia de uma série de post que ainda não possui nome, mas que vai trazer uma seria de informações curiosidades, e receitas do universo da coquetelaria. Senhoras e senhores sejam bem-vindos ao Kidsgrace bar...

Perdão, pode ser meio repentino, mas você gosta de álcool?

 Uma cerveja gelada depois de uma semana quente e estressante, um drink qualquer para começar o final de semana ou uma caipirinha no churrasco de domingo.

Cada um tem sua própria maneira de apreciar o álcool, jogando conversa fora com os amigos, sussurrando para a amada ou simplesmente virando o copo e bebendo tudo na mesma hora. 

Um lugar onde todas essas pessoas se encontram... Um bar.

E uma pessoa que pode ser considerada a alma do bar, que sempre vai estar lá no balcão para suas histórias escutar, o Bartender.

Histórias de alegria, histórias de tristeza, momentos de euforia, momentos de melancolia; o homem do bar, como já foi chamado por muito tempo, vai estar lá para te escutar.


Mas uma pergunta, você sabe o que significa a palavra Bartender?  “Bar” é onde você se senta, lendas dizem que o nome do estabelecimento vem da barra fixada ao chão no pé do balcão onde se senta (“Bar” em inglês = barra).  Já “Tender”, outra palavra em inglês, tem diferentes significados dependendo da seu emprego. Como substantivo, é uma palavra que remete a carinho, a um de bom tratamento pessoal, de forma geral; já como verbo, a palavra tem a função de “entregar”, combinando com a utilidade primordial do bartender. Essa contração de palavras acaba por criar  um lugar confortável para se passar um tempo. Bar pode ser apenas um balcão onde se coloca a bebida, quando se está sozinho, mas quando se tem um bartender ali presente, o bar vira um “Tender”. 






             Ninguém sabe ao certo quando surgiu ou onde foi criado ou de qual outra profissão evoluiu, alguns dizem que são da época das tavernas da idade média, outros afirmam que os boticários que deram origem a esses caras, mas uma coisa é certa:  misturar ingredientes afim de encontrar um sabor único para um coquetel (do inglês cocktail)  que possa agradar o paladar do cliente é a função primeira de um bom Bartender.

            Essa definição de “Bartender” surgiu de um cara que tinha um pensamento muito diferente de seu tempo quando o assunto era coquetelaria. Jeremiah P. Thomas, ou Professor Jerry Thomas como era conhecido nos bares em que trabalhava, nasceu em 30 de outubro de 1830. Jerry era um bartender excepcional, além de ter um grande conhecimento acerca de bebidas e cocktail, ele possuía um carisma extraordinário. Com um pensamento muito à frente de sua época,  Jerry ficava incomodado de ir em diferente bares e estabelecimentos pedir drinks que já eram considerados clássicos naquela época e encontrar em cada lugar uma receita diferente, com o acréscimo ou retirada de algum ingrediente ou simplesmente uma bebida totalmente diferente.


         

E por esse motivo Jerry resolveu escrever o primeiro livro sobre bebidas e cocktail que se tem registro, o “Bar-tender Guide or How to Mix Drinks” foi publicado em 1862 pelo próprio Jerry Thomas. Em seu livro, ele descrevia os métodos corretos de se preparar um cocktail, os tipos de destilados e fermentados mais utilizados na época, receitas tradicionais dos maiores drinks já criados, que antes eram apenas passadas oralmente de um bartender para o outro, além de suas próprias criações. O livro é bem didático e de simples compreensão, tudo para facilitar o aprendizado de jovens bartenderes que estão iniciando sua jornada. Este livro teve tamanha importância para o mundo da coquetelaria que ele até hoje, mesmo tendo passado 153 anos de sua primeira publicação, é recomendado a todo e qualquer bartender que tenha começando agora ou que já trabalhe com isso há vários anos.


           
         Uma das imagens mais clássicas de Jerry Thomas é dele preparando seu cocktail - assinatura, o chamado Blue Blazer. O drink usa o whisky 12 anos como destilado, açúcar mascavo e água quente. Seu modo de preparo baseia-se na técnica de Throwing, onde a bebida e passada de um copo misturador (mixing glass) para o outro criando uma reta ao passar pelo ar, com um pequeno diferencial:  a bebida tem que estar pegando fogo. Por causa da composição do Whisky a chama produzida por sua queima tem um tom azulado bem forte.


           
           Até hoje nos cursos mais sérios de bartenderes, Jerry Thomas é citado como o pai da mixologia e da coquetelaria moderna e seus ensinamentos e coquetéis são muito apreciados por todos no mundo inteiro.  

             Bem, é isso! Muita informação para uma quinta-feira. Mas não desanimem, pois essa é apenas um “aperitivo”desse papo maravilhoso , e estejam certos que semana que vem estaremos aqui com mais histórias, papo de bar e receitas de drinks!




                 Até semana que vem, caros!

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Trailer de Independence Day: Resurgence


     Eis que surge o trailer de Independence Day: Resurgence, continuação do aclamado filme de ficção científica Independence Day de 1996.
     Confira o trailer:


     O filme se passa 20 anos após os acontecimentos de Independence Day, intitulados de "Guerra de 1996". O mundo se uniu para defender-se da ameaça alienígena usando a própria tecnologia extraterrestre para aprimorar a tecnologia terráquea.



     O filme trás novos atores, além dos atores do primeiro filme, com exceção do personagem de Will Smith, que estará morto após a nave com tecnologia alienígena em fase de testes dar pane durante o vôo (conveniente não?).
     Você pode saber mais sobre os acontecimentos após o primeiro filme no site viral do filme, http://www.warof1996.com/.

     O filme será lançado no dia 23 de Junho de 2016, mesmo dia que fará 20 anos do lançamento de Independence Day.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Agora é pra valer!! Novo trailer de Batman Vs Superman

   

Foi lançado hoje (03/12), durante o programa Jimmy Kimmel Live, o novo trailer de Batman Vs Superman.
     Ta esperando o quê? Vai ver:



     Batman Vs Superman será lançado nos cinemas no dia 24 de Março de 2016.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Lançado teaser de novo trailer de Batman vs Superman



     Durante a exibição da mid season finale de Gotham, foi lançado um novo teaser trailer de Batman vs Superman: Dawn of Justice.

      Veja. Averigue. Confira:


     O teaser revela que o trailer será exibido no dia 02 de Dezembro. durante o programa "Jimmy Kimmel Live", que vai ao ar de 01:35 até 02:35 da madrugada (horário de Brasília).

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Kidreportagem - Futebol e Identidade Nacional - A Pátria de Chuteiras?


Olá companheiros, tudo bem? Numa sexta um poquito diferente, venho lhes trazer uma reportagem minha, um trabalho final de semestre. Para todos aqueles que se interessam por futebol e questões de identidade, eu desejo uma boa leitura! E , se gostar ou até mesmo odiar, conto com seus comentários e críticas ao final do post, para continuar sempre melhorando!



A pátria de chuteiras?


Futebol e Brasil caminham juntos desde que Charles Miller voltou da Inglaterra com a novidade. É cultura, é nosso... é mesmo? Sim, claro que sim! O Brasileiro se sente brasileiro por vários motivos, e um dos mais fortes é o futebol.

Por: Rafael Procópio


A crise do futebol brasileiro”... ligue em qualquer canal esportivo na hora do almoço e você, em algum momento, ouvirá se falar disso. A culpa é dos clubes, é dos agentes, do imediatismo de resultados... Sendo de todos ou de nenhum deles a culpa, uma coisa é certa: Nos preocupamos demais com o futebol. E devemos agradecer aos deuses desse esporte por nos preocuparmos demais.


Está em nossa língua, nos nossos dialetos, no nosso dia-a-dia. Afinal, aquele sujeito deu “uma bola fora” ou “está com a bola toda”; ou ainda, depois de realizar um feito, foi “correr para o abraço”. Tal qual um pai se preocupa com um filho, o brasileiro se preocupa com o futebol, pois foi formado por ele, e a ele ajudou a formar. Sim, o futebol ajudou a construir o brasileiro como conhecemos hoje.



O Brasileiro: Volátil como o éter cirúrgico. Vai do céu ao inferno em questão de minutos. Sua relação de amor e ódio vai desde a política até o futebol, e por vezes, esses dois são quase a mesma coisa. É certo que há muitos apaixonados loucamente por tais coisas, que não conseguem ver as nuances e muito menos entender o porquê o outro é azul e não vermelho; tricolor ou alvinegro... Deixando a paixão de lado, pro nosso povo, mesmo que esbanje mundo á fora a imagem de “povo feliz”, tudo está sempre ótimo ou sempre terrível. Esse “coração esquizofrênico tupiniquim” talvez explique, ou seja explicado, pelo futebol, em que tudo pode mudar num toque de bola.

O futebol é intrínseco com o brasileiro, não só como mecanismo de cultura, mas como ferramenta de construção de um sentimento de nação, uma identidade cultural que o aproxima do sentimento propagado no século XIX, onde as grandes porções de terra foram associadas a bandeiras e dialetos.

Num país como nosso, não é muito de se espantar que um esporte inglês seja determinante para todo um povo. Visto com olhos despreparados, fica difícil fazer essa constatação, mas com o leve passar do pente fino da história, vemos que nosso país é muito jovem. Foi colônia, no pior sentido possível, durante quase 300 anos, e virou uma república há pouco mais de 100. Para se criar um sentimento comum, um lugar onde todos se sintam integrantes dessa porção de terra, necessita de muito tempo, para o próprio povo se ver como povo, compartilhando experiências, criando experiências comuns e criando uma cultura própria. 

Por sorte, várias linhas compuseram nossa nação: Indígenas, negros, europeus, orientais...  E toda essa carga cultural nos ajudou a chegar em algum lugar. Não entrando no mérito de como essas etnias vieram parar aqui, mas de certa forma, fomos agraciados pelos céus. Uma riqueza vista em poucos lugares desse planeta vai nos ajudar, e já ajuda, muito nessa questão de busca por identidade. Mas, como Elis Regina disse: “Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais.” Como filhos dessa linha, nunca nos esqueceremos de nossos “pais culturais”, mas precisamos caminhar em busca de nós mesmo.

Um pouco de história


Século XX, a jovem república brasileira comemora suas primeiras décadas. Século crucial para o desenvolvimento do país. Época fundamental para o futebol achar sua nova casa. Inclusive, a novidade que veio na bagagem de Charles Miller da Inglaterra aportava por esses mesmos tempos a cá, e democrático como é o esporte (Não no começo, era reservado a elite branca brasileira... Democrático no sentido de : “Só precisamos de uma bola, 4 pedras para marcar o gol e gente disposta a correr daquela bola anteriormente citada”) foi de fácil introdução, depois da “deselitização”.

De pouco em pouco, cresceu Brasil a fora. Fez os primeiros clubes em São Paulo e no Nordeste, principalmente Maranhão, Pernambuco e Bahia. No Rio de Janeiro, os clubes de regatas não foram contrário a novidade, e logo , viraram clubes de futebol. Divertido como só ele, o futebol só crescia, se firmava na boca e nos pés do povo, ferramenta perfeita para alimentar o bairrismo, principalmente no eixo Rio – São Paulo.                                                                     
                                                                                                     Charles Miller, ao centro.

De tão divertido, logo se viu que essa história de futebol estava pegando não só no Brasil e não só na América Latina. O mundo estava lentamente se rendendo a futura paixão, e fico claro á época, que era uma ótima ideia juntar os países para disputar uma partida. Iniciou-se a onde de seleções nacionais. A nossa, fundada em 1914, estreou contra os futuros maiores rivais, os Argentinos. Ganhamos de 2x0, como seleção formada basicamente por cariocas.

O resto, é história de copa: A FIFA surgiu em 30, fez a primeira copa, e de 4 em 4 anos, ela se repetia, até ser interrompida pela Segunda Guerra Mundial. Voltou, e voltou pra cá, onde eu inicio a triste história dessa reportagem.

O Brasil, país carente de heróis nacionais e figuras que elevam a moral e o espírito, se viu acuado quando observou o mundo inteiro crescendo. O imperialismo, as novas tendências... O medo de ser coadjuvante num panorama global foi sendo calado passo a passo, a medida em que o futebol criou daqui sua “casa”. Em todas as ruas, até hoje, vemos crianças jogando suas partidas e até “proto” partidas com materiais improvisados, tudo em prol da diversão. Inclusive, ouse perguntar para as crianças desse país seus sonhos, lhe garanto que , a cada 10, 7 irão dizer: “Jogador de Futebol, tio”.

Num lugar onde o ar é propício a criação de craques do esporte, o mecanismo do futebol fez o Brasil ser visto mundo á fora. A camisa amarelinha impõe respeito ao portador e puxa assunto em qualquer lugar desse planeta. Como disse Marcos Paulo Lima, jornalista esportivo do Correio Braziliense, especialista nesta questão de futebol e identidade:

 “Aqueles títulos, de 58 e 62, a chegada do Pelé... De fato, eles ajudaram a construir uma identidade nacional  e o brasileiro começou a se sentir importante.  Você vai hoje no exterior, só que você tá com uma camisa da seleção brasileira, as pessoas  te olham diferente... ‘’

 E pra não citar apenas o contexto global, as diferenças entre Estados aqui foi fortalecida e muito pelo futebol, criando rivalidades, fortalecendo bairrismo, identidades... Mas também, aproximando-os, num algo maior chamado Brasil.

Aos 45 do segundo tempo...

É claro, nossa cultura é riquíssima, e seria leviano dar esse protagonismo inteiramente ao esporte.  A música, a tradição, as artes... são imprescindíveis na formação do “brasileiro”, tanto para o país quanto para a sua imagem lá fora.

Ser conclusivo sobre futebol e identidade nacional é mais difícil que bater pênalti em final de campeonato, mas uma coisa é certa: Ele é parte nossa, mesmo que você não goste dele. Nossa representatividade cultural aqui e lá fora está arraigada a esse esporte, e não é possível desvincular mais de nós essa que já é uma tradição. Aliás, tentar tirar de nós isso, é mais um  gol da Alemanha.


Agora, uma crônica. 


O ciclo de vida de um cachorro


Um diário jornalístico e romântico sobre as copas de 1950, 1958 e 2014, 3 fases cruciais da famosa expressão de Nelson Rodrigues, o “Complexo de Vira-lata”:


1950, 16 de julho. Um domingo.
Um dia atípico para a cidade do Rio de janeiro. Tal qual alguém triste, com o coração pesado de angústia e preocupação que se deixa levar pela euforia dos amigos que insistem para levá-lo á uma festa, nasceu o dia na cidade maravilhosa. Cinzento, abafado, triste. Esse era o domingo.

Quem liga para as besteiras de nossas intuições? O país estava em festa, afinal, era final da copa do mundo, na nossa casa, a NOSSA copa. O dia que melhore para reluzir em dourado nossa Jules Rimet.

Um sistema até então único de chaveamento foi usado nessa copa, a primeira pós-guerra. Uma mini tabela se dava por pontos entre os 4 finalistas da disputa: Brasil, Suécia, Uruguai e Espanha. Um play-off, se essa reportagem estivesse sendo escrita por um amante de basquete.

Acachapante, destruidor, absoluto foi nosso esquadrão proto-canarinho.  7x1 contra a Suécia, 6x1 contra a Espanha. 4 pontos, contra 3 do Uruguai, que mal passou pelos mesmo adversários que o Brasil. Eles precisavam da vitória... Uma pena que ela já estivesse em posse da nossa seleção. Será?

Maracanã lotado, uma tarde de domingo. Lendas contam que mais de 200 mil estavam angustiados  e enfileirados nas arquibancadas.  Primeiro tempo se segue, segue em festa o povo e seguem inalteradas as redes da meta. Segundo tempo, dois minutos, gol do Brasil. Explode coração, é muita emoção no ar. 21 minutos, um empate. Silêncio, quase ensurdecedor.

 O impossível começa a ser pensando como possibilidade...

Mas será? Não, não pode ser... 34 minutos do segundo tempo, Ghiggia, que nos deixou esse ano, vem pela ponta direita e acerta um tiro no canto do goleiro Barbosa. 2x1, Maracanaço, Uruguai campeão na nossa casa. O Domingo estava certo em ser cinzento. Domingo esse de mortes e vidas: Barbosa, o goleiro, viu sua alma ser pintada de cinza e levou nas costas uma culpa que não era sua até o dia de sua morte, em 2000. Já vidas, uma se iniciou naquele dia, na esquina mais próxima ao mítico estádio. Uma cadela dava cria a um único vira-lata, e um senhor, chamado Nelson Rodrigues, carinhosamente o adotou, e deu a ele o nome de “Complexo”.


1958, 29 de julho.
17 anos, apenas um garoto. Em tão tenra idade, já receberia o maior título que alguém pode receber: o Real. Na Suécia, em 1958, despontava o Rei Pelé. Nas quartas de finais, já tardio para a competição, marca seu primeiro gol em copas do mundo, sendo inclusive, até hoje o mais jovem a ter marcado um gol e disputado esse torneio.

 Das quartas até a final, desencantou e marcou 6 gols; 3 nas semis e 2 na final. Jogos esses que coincidentemente tiveram o mesmo placar: 5x2 a favor da já canarinha seleção.

A final foi contra os suecos, donos da casa, iniciando naquela década uma das muitas freguesias que a seleção brasileira impôs ao decorrer dos anos. Será a maldição dos mandantes? Os donos da casa estão fadados a serem derrotados quando se há muita expectativa? Talvez, mas a Inglaterra de 66 e a Argentina de 78 discordam totalmente da minha questão.

Curiosos casos nos fazem pensar na real importância das figuras públicas de nosso país. Mesmo sendo rei, Pelé errou um chute fundamental, e suas consequências foram mortalmente impactantes para quem a recebeu. Mas, mesmo assim, com tal atrocidade, nenhuma página policial quis noticiar um assassinato naquele domingo de carnaval antecipado: O seu chute que passou longe do gol atingiu e matou aquele nosso cachorrinho vira-lata. 8 anos de vida, tinha lenha pra queimar ainda, mas pra nossa sorte, não queimou. 


2014, 8 de julho
Uma terça feira. Dia sorridente, sol bonito na maioria do país. A seleção brasileira estava preocupada, pois perdera seu capitão Thiago Silva por expulsão no último jogo, contra a Colômbia, e por ter perdido o seu 10, o jovem Neymar, de 22 anos no mesmo jogo. A semifinal que a nossa seleção se encontrava era a primeira desde a conquista do penta, em 2002, ocasião e que a final era jogada contra os seminalistas da vez: Os Alemães.  Jogando em casa, sem o nosso principal jogador e sem o capitão, o roteiro perfeito de uma aventura tal qual a Odisseia se desenhava na cabeça do torcedor brasileiro, era chegada a hora do hexa! Seria sofrido, mais seria nosso.

Não.

Sem ver a cor da bola, uma seleção mentalmente abalada conseguiu dormir com o som das sete vezes que a bola entrou na meta tupiniquim. 7x1. Um sonoro placar que transformou a realidade futebolística brasileira em chacota mundo á fora. Um placar tão audível que subiu ao céus e derrubou a culpa que o já saudoso goleiro Barbosa levou durante a vida inteira, caindo feito meteoro em pleno estádio Mineirão. Um placar tão barulhento, mas tão alto, que ultrapassou as fronteiras do audível para orelhas humanas, e incomodou apenas os cachorros. Inclusive, quem diria, aquela nossa cachorrinha de 58 tinha dado cria antes da morte! E seus descendentes continuavam a rodar pelo país. E uma delas, maldita cadela, resolver dar cria a 7 de uma vez.




Fim :)

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Katitas Cultural 07: Capitão Nascimento e Sandro Nascimento, dois lados diversos da mesma moeda: A violência.


   Que a violência urbana do Rio de Janeiro é o pano de fundo do documentário ônibus 174 e do longa brasileiro Tropa de Elite, ambos dirigidos por José Padilha, todos sabem. Mas você sabia que os protagonistas de cada filme, Sandro do Nascimento e Capitão Roberto Nascimento, o famoso capitão Nascimento, não dividem o mesmo sobrenome por acaso? Isso mesmo!  


Numa sacada genial de José Padilha, o protagonista de Tropa de Elite foi nomeado com o sobrenome do protagonista de um dos assaltos televisionados mais dramáticos que já ocorreram no Brasil, exatamente com a intenção de mostrar os dois lados da violência urbana, em suas raízes e veias. 


   No documentário sobre o famoso assalto ao ônibus 174, o diretor se propõe a tratar da origem, dos motivos, dos sentimentos, acima de tudo da humanidade de Sandro, em meio a toda a tensão e violência do episódio. A história de Sandro é muito triste. Perdeu sua mãe, assassinada em sua frente, fugiu da casa da tia e tornou-se morador de rua, sobreviveu à famosa Chacina da Candelária, episódio em que policiais assassinaram vários meninos que dormiam sobre a marquise da Igreja da Candelária no Rio de Janeiro. Fora preso diversas vezes, era dependente químico. Violência fazia parte de suas manhãs, tardes e noites. Apesar disso tudo, o documentário mostra que quando o ônibus que Sandro assaltava foi interceptado por policiais e uma situação de reféns se estabeleceu sua intenção era claramente de não matar ninguém. O documentário faz clara crítica à operação policial completamente desastrosa que soma a incompetência da polícia militar e dos governos do estado do Rio de Janeiro e Federal e que foi responsável, como deixa a entender o documentário, pela morte de Geísa Gonçalves no local e do próprio Sandro, morto pelos policiais a caminho da delegacia. 

   Já no filme Tropa de Elite, lançado em 2007 que é o filme nacional de maior repercussão dos últimos anos, Padilha expõe a formação de dois capitães do Batalhão de Operações Especiais, o BOPE. Batalhão inclusive responsável pela operação policial abordada no filme anterior. Neste longa metragem o BOPE é tratado como uma elite incorruptível, bem selecionada e bem treinada da polícia militar do Rio de Janeiro, transformando este batalhão em uma espécie de exército modelo. O filme aborda práticas policiais como tortura e assassinatos num ambiente de guerra contra o tráfico de drogas nas favelas do Rio de Janeiro, de maneria natural, e às vezes até inevitável, o que leva muitos a dizerem que se trata de uma apologia a estas práticas, imortalizadas na figura do personagem principal, o violento, porém carismático Capitão Nascimento, interpretado magnificamente por Wagner Moura. Este filme se propõe a entender e abordar o lado do policial violento, autoritário, mas incorruptível e leal à sua tropa, que fielmente acredita estar fazendo o que é certo, o que para o filme seria o caso dos policiais do BOPE. 

 Na minha opinião, se trata de um diálogo interior do próprio José Padilha. A naturalidade da crítica à polícia e à ação policial em Ônibus 174 e ao mesmo tempo da completa parcialidade que o diretor se propõe a compreender as razões, as emoções e a história de Sandro são completamente opostas à naturalidade como as práticas policiais violentas e criminosas do Capitão Nascimento são abordadas, também em um contexto que abrange a história, as razões e emoções deste personagem. Dois lados da mesma moeda: a violência urbana. Esse diálogo interno é resolvido no filme seguinte, Tropa de Elite 2: O inimigo agora é outro, onde o heroi do filme não é mais o violento e carismático capitão Nascimento, e sim um deputado que luta pelos direitos humanos  e contra as milícias do Rio de Janeiro, o seu inimigo, que ironicamente se casa com sua ex-mulher e passa a exercer uma figura de referência masculina para se filho. O sucesso profissional, com a promoção à subsecretário de segurança, vem acompanhado do fracasso pessoal do Capitão Nascimento que resultam na tomada de consciência do personagem, que percebe ter sido usado pelo "sistema" como um cão de guarda que faz o trabalho sujo da sociedade em um discurso muito forte, que se inicia com as palavras "A polícia militar do estado do Rio de Janeiro tem que acabar!" e continua dizendo que seu filho havia lhe perguntado porque seu trabalho era matar as pessoas e ele não sabia responder até aquele momento. É nítido como este terceiro filme resolve o conflito interno de Padilha e se põe contrário às práticas violentas e criminosas da polícia, razão pela qual ele chegou inclusive a sofrer uma tentativa de atentado contra sua vida, e depois se mudou para os EUA. 

Confira o discurso: 

                                     

E fica a sugestão para assistir de novo esta trilogia sob esta perspectiva do Kids-Grace Blog! Um grande abraço a todos! 


terça-feira, 24 de novembro de 2015

Trailer de Legends of Tomorrow - Batman e Superman derrotados



     "Eu vi o Homem de Aço morrer e o Cavaleiro das Trevas cair."
     É isso mesmo companheiros, os dois maiores heróis da DC Comics estão derrotados segundo o novíssimo trailer de "Legends of Tomorrow". Confira o trailer:


     Com lançamento previsto para 21 de Janeiro pelo CW, Legends of Tomorrow é uma mistura de personagens secundários das séries "The Flash" e "Arrow" que se juntam pra derrotar o imortal Vandal Savage.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Kidcast #030 - Movimento Grunge: O filho barulhento e deprê do Rock!



Sim, companheiros! 

Hoje, aproveitando que Brasília está chuvosamente fazendo cosplay de Seattle, vamos com Rafael Procópio, Felipe Miojo, Luiz Otávio Catitas, Aquiles Reis, João Vitor e Tiago Campbell tirar as camisas flaneladas e os all-star do guarda-roupa para falar sobre o movimento musical que transformou e foi transformado pela década de 90, o Grunge!




Ouça o episódio aqui mesmo no site ou baixe para ouvir no seu walkman.


Setlist do Episódio:


Nirvana - Come as you are
Pearl Jam - Even Flow
Metallica - Wherever i may roam
Pearl Jam - Garden  
Soundgarden - Black Hole Sun
Mother Love Bone - Chloe Dancer / Crown of Thorns
Temple of the dog - Hunger Strike
Nirvana - Smell like teen spirits
Nirvana - In Bloom
Nirvana - School
Alice in Chains - Would?
Nirvana - Lake of fire
Nirvana - All Apologies
Alice in Chains - Them Bones
Alice in Chains - I Can't remember
Alice in Chains - Nutshell
Soundgarden - Rusty Cage
Soundgarden - Been away too long
Pearl Jam - Alive
Stone Temple Pilots - Plush
Temple of the dog - Call me a dog
Alice in Chains - Rooster






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sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Procópio, O Cervejeiro - Episódio 4 - Edelweiss-Hefetrüb Weißbier Traditioneilles

    Arte: Leonardo Carvalho


Muito boa tarde/começo de noite, meus companheiros glutões semanais!

Mais um início de fim de semana, mais um Procópio cervejeiro para encher de felicidade vossos copos e corações!

Aproveitando essa semana em que nossa digníssima capital federal está fazendo cosplay de Seattle, vamos á uma dica que combine com o clima chuvoso e destoe um pouco dos nossos padrões monetários ralé. Hoje, é dia de cerveja Alemã, e de trigo!




Companheiros, vos apresento a  Edelweiss-Hefetrüb, uma Weissbier Traditioneilles


 Óia que belezura


Antes de começarmos, uma breve explicação: Olhe bem a quarta palavra em destaque do rótulo. Sim, está escrito Weißbier, mas a pronúncia é Weissbier (Ueicebier). Esse "B"zinho maroto no meio da palavra não é a segunda letra do alfabeto latino, que marca o campeonato que o Vasco da Gama disputará ano que vem, mas sim uma grafia alemã para o fonema "ss" . Essa gracinha originalmente vinha do alfabeto gótico , que é um alfabeto da idade média onde se tentou transliterar o alfabeto grego diretamente para o alfabeto latino, que conhecemos hoje. Aparentemente, apenas o eszett (o nome original desse fonema, resistiu ao tempo e até hoje, está presente no vocabulário alemão. Ah, além do mais, se você nas suas bebedeiras ver Weißbier, saiba que as suas papilas gustativas estão provando uma orignal cerveja alemã de trigo (pelo menos, no estilo Alemã. O país pode variar, mas a alma é germânica). Viu? Agora você já tem papo pra conversar com a galera quando estiver degustando essa belezinha. Chega desse momento Prof. Pasquale, vamos ao que interessa. 


No último capítulo de nossa saga, que você pode ler aqui, falei um pouco sobre a cerveja irlandesa Murphy's. O link entre a cerva de hoje e a de semana passada é justamente na importadora. Sim, ambas são tragas ao nosso país pela Heineken Brasil, e mais informações sobre o que essa cervejaria traz para nós degustarmos, está no episódio passado. Vai lá, dá um pageview e se divirta (é só clicar com o botão direito e abrir outra aba.)

Aproveitando que a cervejaria nos dá uma breve explicação sobre a cervejaria original da Edelweiss, vamos lê-la, na íntegra:

"Criada pela Hofbrãu Kaltenhausen, cervejaria com mais de 530 anos de tradição, a cerveja Edelweiss é produzida nos Alpes austríacos, região que proporciona a temperatura ideal para resfriar naturalmente a cerveja, além de fornecer a água que é tirada diretamente das montanhas. A Edelweiss é elaborada com trigo, água, malte de trigo, malte de cevada e lúpulo."


Hoje estou escrevendo demais. Vamos ao que interessa. AS NOTAS!


Nome: Edelweiss-Hefetrüb Weißbier Traditioneilles                                                                                  Provada em : 20/12/13
Origem: Áustria 
Grad. Alcóol: 5,3 % Vol - 500 ml 

Nota e Descrição:

Cerveja de trigo com o gosto do mesmo bem acentuado. Pouca espuma, e o líquido tem uma incomum cor de chá de camomila. Tem "borbulhas" num tom agradável, mas caso a beba demais, poderá sentir aquele "empapuçamento". Tem gosto de trigo marcante e o final do gole deixa um gosto forte de especiarias na boca, algo entre anis e cravo-da-índia. É bem gostosa, mas tende a ser enjoativa caso beba mais de uma dessas garrafas. (Olha o drinkabilliy que eu não sabia categorizar na época. aushaushausha)


Nota: 8,0


Pois é senhores, muito obrigado pela paciência e atenção e até semana que vem com mais análises e dicas!